Saudade.

Fotografia: Tiago Correia

O sentimento de saudade é algo que não se consegue explicar. 
É capaz de arrancar um bocado de nós. 
De nos fazer chorar, gritar até não termos voz, de entrarmos numa depressão, de não querermos encarar o mundo.

A saudade pode ser um sentimento saudável, mas também nos pode destruir. Há pessoas que não gostam da palavra saudade, traz-lhes uma energia negativa, faz-lhes pensar, inevitavelmente, em pessoas que amam e que já partiram. 
Eu gosto de pensar que a saudade faz bem, mantém-nos vivos, faz com que uma pessoa sinta algo no coração, uma dor, um aperto, uma moinha, o que quer que seja, mas faz com que se sinta.

Obviamente que não sinto isto todos os dias. 
Há dias em que a saudade é tão forte e tão negativa que quase não tenho forças para sair da cama e enfrentar mais um dia na minha vida, só me apetece estar isolada do mundo, devido à maldita saudade. 
Mas não faço disso um hábito, normalmente gosto de sentir saudade, gosto de sentir falta de algo ou de alguém.

Exatamente. 
A saudade é sentir falta de algo, da brisa do mar, dos carinhos da pessoa que mais se ama, de ler um bom livro enquanto se bebe um café com natas, de estar num sítio ao qual já não se vai há imenso tempo.

Quando tiverem saudades de algo ou alguém pensem que é bom sentir saudade, é bom quererem dizer os maiores palavrões que existem, soltar as maiores lágrimas. 
Depois da tempestade vem a bonança, e depois de gritarem, chorarem, deprimirem, acreditem que vão mostrar o maior sorriso que alguma vez tiveram.



Joana Martins